Camisa 10 tem boa atuação na vitória por 3 a 0 sobre o Lanús, mas deixa o campo antes mesmo do final do confronto entre Olimpia e Emelec
O Flamengo foi eliminado da Taça Libertadores e muitas cobranças certamente virão da arquibancada. Mas pelo menos na vitória sobre o Lanús-ARG, nesta quinta-feira, no Engenhão, na despedida do clube da competição, não há como reclamar de Ronaldinho Gaúcho. O camisa 10 procurou o jogo, tentou as jogadas e fez duas ótimas assistências para Deivid e Luiz Antonio marcarem o segundo e terceiro gols (veja os três gols no vídeo ao lado). No entanto, parecia consciente da situação do time ao deixar o gramado antes mesmo do fim do emocionante confronto entre Olimpia-PAR e Emelec-EQU, que acabou se classificando com uma vitória por 3 a 2, em Assunção.
- O Ronaldinho estava diferente já na ida do ônibus para o estádio. Estava feliz, descontraído. Ali, eu já percebi que faria um grande jogo - contou Deivid em entrevista coletiva após a partida.
Antes do jogo, R10 foi cobrado por uma carta de uma das torcidas
organizadas do clube. No estádio, uma faixa pedia "respeito à Nação". Em
campo, à espera do apito inicial, ele cumprimentou cada companheiro,
demonstrando envolvimento com o time. Mas demorou a participar
efetivamente do jogo.
Seu primeiro toque na bola aconteceu apenas aos quatro minutos de jogo.
Ainda assim, numa jogada em que tentou um domínio quase fora de campo e
viu o árbitro marcar lateral a favor do Lanús. Aos 10 minutos, apareceu
bem, com ótimo passe para Vagner Love, que chutou para fora. Um
carrinho numa tentativa de roubada parecia manter a relação com os
torcedores amena, mas não foi assim que o jogo seguiu.
Nem mesmo o gol de Welinton, completando cobrança de escanteio de
Bottinelli, mudou o humor da torcida com o craque. Aos 20, ele tentou um
lançamento de bicicleta, que parou no peito de um marcador. Depois,
conseguiu um bom domínio, deu um chapéu no marcador, mas a jogada não
fluiu. Aos 27, depois de uma sequência de dribles, perdeu a bola e viu a
defesa em apuros, contando com a defesa salvadora do goleiro Felipe.
A paciência da torcida parecia curta. Sem sucesso em cobranças de
falta, ouviu os gritos da torcida por Bottinelli e vaias quando o
argentino se afastou. Willians pediu para que elas parassem e da
arquibancada saiu um tímido apoio a Ronaldinho. Mais uma vez, ele
acertou a barreira.
Aos 42, no entanto, Ronaldinho fez grande jogada e tocou para Deivid
aumentar a vantagem do Flamengo. Naquele momento, a Polícia Militar
confiscou a faixa de protesto contra o camisa 10, e a paz voltou ao
relacionamento entre o craque e seus seguidores no Engenhão.
A volta para o segundo tempo manteve o padrão de Ronaldinho no fim do
primeiro tempo. Depois de receber bom passe de Deivid, deixou dois
marcadores para trás, lembrando seus bons momentos, e cruzou para Luiz
Antonio chutar, de primeira, aumentando a vantagem do Flamengo para 3 a
0, aos cinco minutos. Os gritos pelo camisa 10 ecoaram mais forte na
arquibancada do Engenhão.
Ronaldinho voltou a aparecer numa cobrança de falta de longa distância.
O goleiro Marquesín não colocou barreira e quase foi surpreendido, aos
18 minutos. Naquele momento, com vitória parcial do Olimpia sobre o
Emelec, por 1 a 0, em Assunção, o Flamengo parecia diminuir o ritmo,
consciente de que o seu resultado nesse momento pouco importava.
Aos 23, no entanto, o Emelec empatou o jogo. Ao ouvir o grito da
torcida, Ronaldinho se virou para o técnico Joel Santana e viu o
comandante fazer o sinal de que o placar estava 1 a 1 em Assunção. O
anúncio do resultado no telão incendiou o Engenhão. O camisa 10 passou a
ter ainda mais atenção no outro jogo, perguntando o tempo que faltava
no Defensores del Chaco.
O drama aumentava a cada minuto. Até que aos 45 minutos de jogo no
Engenhão, o anúncio do gol da virada do Emelec silenciou o estádio.
Ronaldinho teve uma conversa mais próxima com Joel. Ao apito final, o
camisa 10 desceu para o vestiário, enquanto seus companheiros ficaram em
campo à espera do resultado final.
Ronaldinho não acompanhou no campo o empate do Olimpia, nem o terceiro
gol do Emelec. Preferiu o silêncio do vestiário no adeus do Flamengo de
mais uma Taça Libertadores.
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